Uh, é terceirãão!

Hoje eu acordei diferente!
O hoje tinha um ar de futuro misturado com passado.
Senti um gosto de último dia, última vez!
Cada peça de roupa vestida lembrava-me um momento.
Na memória corriam-me lembranças das tias do prézinho, da nossa plantação de feijão, de pular corda no recreio.
Do chazinho da irmã Ângela, dos passeios a Laguna e Angelina.
Quanto tempo demoramos para descobrir que talvez o banheiro do ginásio não seja mesmo mal-assombrado?
Quanto tempo levamos de uma ponta da arquibancada a outra?
Há quanto tempo, sonhamos em chegar aqui?
(E muitas vezes achei que nunca iria chegar!)
Mas o tempo correu, correu a passos lentos.
Correu prédio por prédio, professor por professor.
Cada pedacinho a mais na arquibancada era um passo para a despedida!
E assim fomos andando em direção aquela outra ponta.
Muitas vezes nos esquecendo, que na verdade,
não estávamos de platéia, estávamos mesmo era ali,
na quadra, competindo com o tempo,
que sutilmente, nos vencia a cada instante.
Quanto tempo passou de uma ponta da arquibancada a outra?
Para mim,
uma eternidade, que durou uma fração de segundos!